12 de jan. de 2011

Semente Paz(texto de Kau Mascarenhas)

SEMENTE PAZ
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É bastante fácil condenar criminosos, julgar políticos corruptos e amaldiçoar os líderes das nações em guerra. O maior desafio, contudo, será observar a violência das nossas atitudes diárias em palavras, ações e pensamentos, e transformar esse estado.
Se é tão difícil ficarmos algum tempo apenas sorrindo, em paz, ou vendo alguém fazer isso, abrindo mão momentaneamente da profusão interior de pensamentos e julgamentos, como poderemos ter a tranqüila contemplação do exterior, capaz de nos deixar viver cada instante com maior tranqüilidade?
Estar em paz comigo mesmo me leva a estar em paz com o outro. E isso não tem a ver com o ambiente externo.
O escritor e conferencista Roberto Shinyashiki costuma falar que podemos ser um “Buda no shopping center” querendo sugerir a busca do bem-estar e da paz interior mesmo que estejamos em meio a turbulências exteriores.
Combinando perfeitamente com essa idéia, há uma antiga história que narra certa competição entre artistas que deveriam pintar um quadro sobre a paz.
Muitos se espantaram quando viram a pintura vencedora. Era justamente aquela que trazia a imagem de um mar revolto com ondas se chocando no paredão rochoso de uma falésia.
Certa indignação surgiu por parte dos que acompanhavam a disputa, pois lá estavam representadas diversas imagens bucólicas de flores salpicadas em veredas, montanhas emoldurando lagos azuis, campinas verdejantes, ou trigais beijados pelo vento. O que fez justamente aquela pintura com cena tão tumultuada ganhar o prêmio?
Até que os juízes revelaram o porquê de sua escolha: na pintura do mar atormentado por furacão, com ondas poderosas açoitando o rochedo havia, de forma pouco visível, numa das pedras, um singelo ninho onde pássaros calmamente alimentavam seus filhotes. A paz pode estar num contexto de grande perturbação do ambiente exterior.

Albert Einstein, tão conhecido pela sua devoção à ciência, era um pacifista ardoroso, e deu ao mundo importante contribuição nesse sentido.
Não apenas dava aulas e palestras sobre física, criava fórmulas e mergulhava em pesquisas, mas redigia cartas a presidentes com teor pacifista, encabeçava manifestos pelo desarmamento e fazia conferências onde apontava caminhos para uma paz sustentável.
Einstein fazia a sua parte, e ele era um homem muito ocupado. Cada um de nós também pode fazer algo.
Um de seus célebres aforismos diz: “Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio: eis que a verdade se me revela.”
Talvez seja esse um caminho. Plantar a semente da paz em nosso interior, aquietando a alma, entrando em calmaria emocional, pedindo licença ao pensamento.
E ir além.
Hoje parece não bastar que a paz seja plantada; é importante também que seja cultivada, cuidada, alimentada diariamente. Sejamos jardineiros da paz.


FONTE: http://www.kaumascarenhas.blogspot.com/

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