21 de fev. de 2011

Naturalizando a impermanência ou processo de transformação...





Algumas preciosidades morrem baixinho, em dégradé. Como morrem as tardes. Como morrem as flores. Como morrem as ondas. Quando a gente percebe, já é noite e o céu, se está disposto a falar, diz estrelas. Quando a gente percebe, as pétalas já descansam o seu sorriso no colo do chão. Quando a gente percebe, o canto da onda já enterneceu a areia. Muitas dádivas que nos encontram, que nos encantam, têm seu tempo de viço, sua hora de recado, e seu momento de transformação em outro jeito de lindeza.

A noite também é bela do jeito dela. As pétalas caídas viram húmus para fertilizar o solo que dirá a vez de outras flores sorrirem. A areia molhada conta a canção da onda e da sua acolhida terna para a nossa vida descalça. Lutar contra a impermanência da cara das coisas é feito tentar prender o azul macio das tardes, segurar o viço risonho das flores, amordaçar as ondas. É inútil.

Costumamos esquecer que não podemos impedir a mudança: tudo dança a coreografia sábia e implacável da impermanência. Mas a música daquilo que verdadeiramente nos toca com amor, não importa o quanto tudo mude - e tudo muda -, não deixa nunca mais de tocar e viver, de algum jeito, no nosso coração.
(Ana Jácomo)
Permanente é a essência...a vida é movimento que pressupõe mudanças continuas.. aprender a acolher isso implica amadurecimento...acompanhar o fluxo natural e muitas vezes incontínuo, incomum, para a nossa mente que quer estabilidade e medo do novo, nem sempre é fácil... requer mergulho interior e fortalecimento de nossas bases.... sim, seremos felizes para sempre dentro do respeito ao fluxo, mudança natural e reconhecimento do que de fato é verdadeiro segundo os critérios divinos, muito diferente, por vezes, dos critérios humanos....

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