17 de jan. de 2011

Artemis - Estudando as Deusas Gregas e seu correspondente simbólico no inconsciente feminino

                                             Ártemis,
                                                         Deusa da Caça e da Lua.
                                                            Por: Miliane Tahira



Com o nome romano de Diana, é essencialmente ligada a natureza, possuindo uma 
natureza extremamente instintiva. Diferente de Perséfone, que intuía essência do ser 
em seu aspecto metafísico, esta Deusa “entende” os ritos do corpo físico, tendo um 
especial interesse por mantê-lo em movimento e sentir-se viva!!!

Deusa independente, é considerada “virgem”, pois não se deixa relacionar. Não é 
penetrável no aspecto simbólico, gosta da liberdade da natureza, das plantas e dos 
animais. Aliás, é no meio de uma floresta ou montanha que ela se sente em casa, não 
carecendo de companhia de ninguém, alimentando-se e sendo alimentada pelo Ermos.

Hoje temos grandes Ártemis nas práticas xamânicas, nas trilhas, nas práticas de atletismo, de mergulho,em pinturas, esculturas, etc.

Mulheres regidas sob este arquétipo têm sempre muita energia corporal, possuem um 
corpo forte e vigoroso, mesmo na melhor idade. SENDO GOVERNADA PELA 
ENERGIA VITAL. Diferente da energia sensual/erótica de Afrodite.

Muitas vezes, suas atitudes assustam os homens, pois são extremamente “bem resolvidas”e jamais abrem mão de algo por eles. Sentem-se muito bem só, buscando sempre a liberdade em suas ações.

Por sua ligação com o corpo físico/vital, tal Deusa também é considerada protetora das 
mulheres no parto, mesmo porque entende muito bem os ciclos de vida e morte, por isso
 também é considerada protetora da fauna e flora, conectando-se perfeitamente com a 
cadeia alimentar.

A consciência ecológica se dá pela noção de ser parte da natureza, e não de dominá-la. 
Desta forma, existe uma predisposição à proteção de crianças e pequenos animais, 
no intuito de manutenção e crescimento da espécie, diferindo de Deméter cujo desejo é gerar, acolher dentro de uma postura maternal.

A mulher essencialmente “Ártemis” pode parecer meio fria em suas relações afetivas com 
seres humanos, mesmo porque se coloca distante da civilização, socializar-se, para ela é 
tarefa extremamente difícil dentro de sua natureza instintiva.

Seu desafio consiste exatamente nos quesitos: relacionamento e socialização.

Ártemis não trabalhada, pode fazer uso dessa tendência solitária como uma fuga. Isola-se 
como maneira de não encarar seus conflitos de frente, divergindo nesse aspecto da 
caçadora que atinge seus alvos com precisão.

A participação de Ártemis no mundo moderno é fundamental para a percepção do todo. 
A capacidade de perceber que o que está dentro, está fora, pois somos regidos pela 
mesma natureza, pelos mesmos princípios físicos de existência.

A sua contribuição “focada” demonstra o quanto somos responsáveis pela vida como um todo; o princípio da colaboração e da participação natural das coisas.

O seu papel é essencial, pois é através de sua compreensão que passamos a compreender o ciclo de vida e de morte sem temer nenhum dos dois, entendendo que são a única e mesma coisa, um contendo o outro.

Ela nos faz descobrir e compreender que estamos entre os dois ciclos durante toda a existência...

(esse texto faz parte de outros seis desenvolvidos para as mulheres 
com as quais trabalho; o mito ajuda a formular questões psíquicas 
de difícil representação... são como sonhos... os arquétipos se prestam 
muito bem a decodificar a linguagem não racional, mas acessível ao inconsciente)


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