Aprendizagem e Afetividade em EAD - Reflexões na Teia/Saber chamada PROINFANTIL
(...) Cabe ao professor uma consciência da linguagem que permeia o processo em EAD. Por isso cabe uma investigação de como esse vínculo acontecerá dentro desse modelo educacional e como interferirá na aprendizagem.Onde está a emoção no processo virtual? Como ela aparece e como é decodificada no processo de interlocução?
Assim como o brinquedo é um potencializador da aprendizagem na educação infantil, a tecnologia impressa é o elemento mediador no processo de educação a distância.
(...) A leitura entra como elemento favorecedor de conteúdos que levará o aprendiz a uma infinidade de hipóteses e interlocuções, sendo essas possibilitadas por meio de suas vivências e arcabouços pessoais. Tais hipóteses e construções de conhecimento serão socializadas com os entes educacionais presentes nesse processo, favorecendo infinitas trocas de vivências e interpretações.(...)
Mesmo no processo de educação a distância não deve haver um distanciamento afetivo ainda que, no ensino virtual.(...) o professor é agente participativo no processo, ele ensina e aprende constantemente, não há fragmentação; esse endereçamento de saber que o aprendiz tem em relação à figura do professor é similar ao processo que o analisando tem em relação ao analista: a transferência.
Para a psicanálise a transferência é um deslocamento do afeto para a pessoa do analista. Levin (1995,p.126) cita que a transferência é instalada quando há um Outro nesse lugar simbólico onde o sujeito confia sua capacidade de produzir, dizer, aprender e criar.
(...) Dentro do Proinfantil fica evidenciada que a mediação, entendida dentro da abordagem construtivista como um processo no qual a construção de conhecimento é mediada pelo professor, apenas fazendo a interlocução entre o aluno e suas hipóteses de saber, torna-se extremamente necessária para atenuar a cadeia de mal entendidos que podem fragilizar o processo de aprendizagem de todos os envolvidos. Longe da ilusão da superação de interpretações equivocadas, inerentes ao processo humano, ao menos a escuta sensível e a gestão participativa favorecem a implicação e a apreensão dos sentidos, pois que o processo passa a ser coletivo, abarcando uma lógica grupal, onde todos estão implicados em sua identidade/papel de educador que é, independente da função, aquele capaz de escutar, mediar e, principalmente, estabelecer sentidos. Quando a condução é feita dessa forma, a afetividade e transferência passam a fazer parte do processo, pois cada qual se vê como colaborador e construtor de um saber coletivo e vivencial capaz de resignificar conceitos e transformar paradigmas. (...)
Miliane de Lemos Vieira - mestranda em educação e Coordenadora Estadual do Proinfantil na Bahia - de 2008 a 2011.
Fragmento extraído do livro - Estudos e passagens do Proinfantil na Bahia / Mary de Andrade Arapiraca, L'icia Maria Freire Beltrão, Cleverson Suzart Silva, organizadores - Salvador:EDUFBA,2012. 302p.
ISBN: 978-85-232-1034-2
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