Macro e micro: Introdução a uma
visão abrangente da realidade
O universo macroscópico é
estudado através da teoria da relatividade especial e geral [Einstein] ela
descreve o comportamento dos sistemas solares, das galáxias, dos buracos
negros, do universo. Em contrapartida, o universo microscópico é estudado pela
mecânica quântica [Born, Heisenberg, Schrödinger, entre outros] que descreve o
comportamento das moléculas, dos átomos, das partículas subatômicas, do
universo do muito pequeno. O primeiro se alicerça em dois princípios. O da
relatividade [relatividade especial] e o da equivalência [relatividade geral].
O segundo é regido pelo principio da incerteza [mecânica quântica]. O principio
da relatividade diz que as leis da física são iguais para todos os referenciais
e que um observador em repouso pode dizer que outro está em movimento
[movimento uniforme] e a recíproca é valida. O principio da equivalência diz
que não é possível distinguir entre movimento acelerado e gravidade, este é uma
generalização do principio da relatividade. O principio da incerteza diz que quanto
mais queiramos saber a posição de uma partícula menos saberemos sobre sua
velocidade e a recíproca é valida. Ambas as teorias surgiram no inicio do séc.
XX e vieram para revolucionar a visão humana sobre a realidade.
Se o pensamento da sociedade
contemporânea teve, em parte, influência das revoluções filosóficas [Descartes]
e cientificas [Newton] do séc. XVII. Espera-se que as revoluções científicas
atuais projetem uma revolução filosófica e constitua o pensamento da sociedade
futura [não quer dizer que necessariamente será assim]. O detalhe sutil é que
no sec. XVII a revolução filosófica [Descartes] precedeu a científica [Newton]
e hoje a ciência precede a filosofia. Mas que diferença isso faz na nossa vida?
A maneira como enxergamos a
realidade muda. Percebemos que fazemos parte de um todo maior [cosmogenese].
Todos nos emergimos {cerca de um centésimo milionésimo de segundo depois do
big-bang as coisas haviam esfriado o suficiente para que os quarks pudessem
organizar-se em grupos de três formando os prótons e os nêutrons [a matéria
estava se constituindo]} do mesmo ponto primordial que inflou e explodiu
[Big-bang]. A teoria previa que se a grande explosão houvesse ocorrido o
universo atual deveria estar envolto de maneira uniforme por fótons
primordiais. E qual não foi a surpresa da comunidade científica internacional
quando em 1965, Arno Penzias e Robert Winson, na tentativa de resolver um
problema de ruído nas antenas destinadas as comunicações via satélite por
acidente detectaram a radiação primordial de fundo [na faixa de micro-ondas].
Comprovando a teoria do big-bang.
O tecido do espaço deforma-se com
a matéria [contração de Lorenz] e o tempo anda devagar [dilatação temporal]
foram essas percepções [Einsteinianas] que contribuíram para transformar a
visão sobre espaço-tempo. Por sua vez, a mecânica quântica vem com as
probabilidades. Por exemplo [isso é uma analogia], um rapaz conhece três
garotas; Uma loira, uma morena e uma ruiva. Ele fica com todas ao mesmo tempo e
por fim acaba escolhendo uma. Esse rapaz libertino é um exemplo das transições
virtuais e reais quânticas. Antes dele tomar sua posição [escolha] final
[transição real] ele estava em todas as posições possíveis [transição virtual].
O gato de Schrödinger [outra analogia]esta vivo se comer ração e esta morto se
comer veneno, como ele esta numa caixa, ele tem as duas opções, contudo, se a
caixa estiver fechada o gato esta vivo e morto ao mesmo tempo, agora, se a
caixa estiver aberta dependerá... se você quiser que tenha ração o gato estará
vivo... se você quiser que tenha veneno o gato estará morto... só depende de
como você efetuará a observação. Essas são algumas implicações da teoria
quântica.
Mas não é só isso. As teorias do
macro e micro não são compatíveis entre si. Elas dão respostas diferentes para
alguns fenômenos físicos [por exemplo: buraco-negro, vácuo...]. Então qual esta
certa? Na busca por respostas surgiu uma teoria mais profunda capaz de integrar
as duas. É a teoria das super-cordas. Essa teoria diz que as duas estão certas,
mas o aspecto fundamental da matéria muda. Ou seja, as partículas fundamentais
não são mais partículas [como bolinhas de gude] mas sim cordas. As cordas em
seu aspecto fundamental [universo micro] vibram constituindo-se em mais
dimensões [6 dimensões, por exemplo] em que estamos acostumados a lidar
[largura,comprimento,altura e tempo]. No universo macro se constituem as
“branas” são cordas gigante que tem aspecto estendido com três dimensões
espaciais. E a natureza como ela é constituída segundo a teoria das cordas?
A natureza é constituída por
quatro forças fundamentais: A força gravitacional [que nos mantém ligados a
terra], a força eletromagnética [que impulsiona as telecomunicações, por
exemplo], a força forte [que mantém os prótons unidos aos nêutrons] e a força
fraca [media a desintegração radioativa espontânea]. Essas forças são chamadas
de bósons [como na física quântica]. Por sua vez, a matéria está dividida em
quarks e leptons [onde se encontra os elétrons]. E é denominada férmion [como
na física quântica]. Os bósons e os férmions. Comportam-se como onda e/ou
partículas [física quântica] e cordas [teoria das super-cordas]
A visão integrada da teoria da
super-cordas não tira a importância da física quântica nem da relatividade, mas
amplia os horizontes. A realidade a partir do aspecto da física moderna
apresenta-se mais abrangente e profunda.
Rafael Costa
Hawking, Stephen - Uma breve historia do tempo
Greene, Brian - O universo elegante
Heisenberg, werner - A parte e o todo
Boff, Leonardo - Ecologia, grito da terra, grito dos pobres
Zohar, Danah - Sociedade Quântica
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