Caríssimos colegas de jornada,
Passou-se
o Carnaval e segunda as Escolas Estaduais e Municipais Bahianas retomarão às atividades.
Ano
novo na Educação? Não!
Só se
assim quisermos e trabalharmos para isto.
Certamente
iremos enfrentar os velhos problemas de sempre: Indisciplina, falta de
interesse e o baixo desempenho dos alunos, salvo raras exceções. Sabemos que a
Educação do Brasil é uma das piores do mundo, por mais dura que seja esta
constatação. Entretanto não queremos a
permanência desse Estado de Coisas. Nosso coração clama por mudanças...
Se
Países como a Finlândia conseguiram organizar um Sistema Público de Ensino com
excelência onde jovens aprendem de forma significativa, além das avaliações
externas demostrarem isso, o que impede de nossa nação ter este êxito?
Muitas
respostas para o estado de calamidade da educação brasileira atual podem ser
dadas, sobretudo no que tange as macro políticas de educação: Necessidade de
Reforma Curricular, Valorização Salarial, Escola em Tempo Integral, Melhores
Condições de Trabalho, Reformulação do Espaço Escolar, Interdisciplinaridade, Utilização
das Novas Tecnologias etc.
Neste
texto, entretanto, pontuaremos aspectos que envolvem nossa atuação direta e
mais imediata no ensino fundamental II e médio, independente de Governos ou
mega programas. Segue abaixo algumas ideias, que não são apenas nossas, mas anseios
coletivos professados por aqueles que sonham com a mudança e que avivam os espaços
escolares com poesias de esperança.
1-
Estabelecer
critérios avaliativos que retirem da prova escolar, o papel de soberania.
A
grande maioria dos alunos brasileiros estuda para passar na prova e não para
solidificar seu processo de aprendizagem. Sobre este aspecto a neurociência é
clara: quem estuda de véspera não absorve 5% do assunto estudado. Para o
conhecimento ser internalizado, os assuntos trabalhados em sala precisam ser
revisados imediatamente, assim o cérebro processa o conhecimento e vai
estabelecendo conexões, formalizando a memória e conhecimento significativo,
desde que afete o aluno de forma que este se veja no objeto de saber. Esta
cultura está tão enraizada que se um professor executar uma prova surpresa
poderá ser até “processado”, como se esta fosse algo que o aluno devesse temer
e, por isso deverá se preparar para o “grande acontecimento”. O aluno deve
aprimorar o seu conhecimento, independentemente de ter prova, ou não. Estar em
constante processo de estudo e a postura de pesquisador possibilita que o
discente esteja sempre pronto para ser avaliado diante do que está sendo
trabalhado pelos professores e projetos escolares.
Para
uma efetividade do desempenho escolar é fundamental o lançamento de uma
campanha envolvendo os Pais, Alunos e Funcionários, com o lema: “ Ler com
prazer e estudar todos os dias”.
Tal
incentivo contará com reuniões periódicas do corpo docente e gestores com os
Pais e líderes de turma, além de serem produzidos vídeos, cartazes, textos e
projetos de incentivo a prática leitora. Para uma efetividade da ação,
sugerimos reuniões com os Pais a cada dois meses, no mínimo. Nestes encontros
família e escola criarão estratégias de incentivo à leitura e estudos, bem como
o acompanhamento do desempenho escolar dos alunos.
Para
isso, a equipe deverá ser exemplo, tendo fóruns de discussão e exposição de
livros que o próprio grupo leu e debater ideias, acerca do material lido.
2 -
Resgate do Prestigio e da autoridade do professor.
Atualmente a Indisciplina
e falta de respeito são características de conduta discente comuns em todas as
escolas! Somos a favor que no início da primeira aula o Hino Nacional seja
cantado como forma de enaltecer a relação patriótica e de pertencimento dos
alunos com a pátria e que depois os professores e Direção escolar estabeleçam
as regras de convivência construída com a participação dos alunos. O diálogo
será feito sempre na primeira instância (depois do hino), estabelecendo nesse
momento um retorno a consciência do porquê das regras, mas durante a rotina escolar
as infrações deverão seguir a ordem da advertência à punição (sempre convocando
a família), caso a conduta permaneça. Enfatizando as situações mais comuns
como: os alunos que ficam fora da sala, os que chegam atrasados, os que não
fazem as atividades, ou o não respeito aos demais itens das regras de
convivência.
3 - Valorização
do bom aluno.
O aluno exemplar
(que presta atenção nas aulas, que é participativo, que faz as atividades de
casa, respeita os professores e colegas) precisa ser extremamente valorizado
pela escola. Ele servirá como fonte de inspiração para os demais alunos.
Finalizando, por
meio de uma vontade real e coletiva, estas três medidas podem ser concretizadas
e trará resultados mais positivos, além de organizar e humanizar o espaço
escolar. Temos que restabelecer as
regras desses jogos, trazendo para a educação o que de fato é prioritário. Não
adianta pensar numa nova escola, se não estamos conseguindo estabelecer o básico,
que é a aprendizagem de nossos alunos.
[1]
Professor Graduado em História, Pós-graduado em Docência do Ensino Superior e
Educação Inclusiva, Poeta e Gestor Cultural.
[2]
Psicóloga com Aperfeiçoamento em Psicomotricidade Clínica e Educacional, Mestre
em Educação, Formadora de Professores e Profissionais de Educação na Rede
Particular e Pública de ensino, Professora de Danças Árabes e Bailarina.
Concordo plenamente.
ResponderExcluirNo Colégio Thales de Azevedo, colégio Estadual, já privilegiávamos a aprendizagem,
e um colégio com uma direção de excelência mostra que poderemos sim mudar a realidade cruel das nossas escolas. O item 2 é um verdadeiro achado. O professor precisa voltar a ter autoridade e ser respeitado. Voltar a ter amor à pátria é fundamental para a mudança. Respeito e valorização do professor são mesmo fundamentais. E o contato com a família precisa ser feito. Os pais precisam ser engajados e compromissados com o processo educacional.Fazer a comunidade participar, pois é raro a integração da comunidade com a escola. E lembrar que a educação começa na família. É chegada sim a hora de reconstruirmos o que destruíram.Sobretudo a valorização do professor passa sim pelo salário digno. Está faltando formação continuada desses professores e 70% se sentem incapacitados para lidar com a violência e estão desmotivados e abandonando a educação.
Parabéns Tássio e Miliane.
ResponderExcluirVocês são motivadores.
Somente através da Educação essa nação chegará à dignidade merecida!!! Um abraço.
Creio que o(a) docente deve conhecer o papel da Avaliação para aplicá-la de maneira correta. O que temos visto não se coaduna com o papel que ela deve cumprir. Além de não fornecer os insumos necessários para uma Educação de Qualidade, o Poder Público não remunera condignamente aos docentes e nem tem preocupação com a formação continuada. A outra dificuldade é a família, que não participa e nem sequer acompanha as atividades dos filhos.
ResponderExcluirCreio que o(a) docente deve conhecer o papel da Avaliação para aplicá-la de maneira correta. O que temos visto não se coaduna com o papel que ela deve cumprir. Além de não fornecer os insumos necessários para uma Educação de Qualidade, o Poder Público não remunera condignamente aos docentes e nem tem preocupação com a formação continuada. A outra dificuldade é a família, que não participa e nem sequer acompanha as atividades dos filhos.
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